29 de setembro de 2007
Tópicos II
27 de setembro de 2007
Para dar as boas vindas ao outono...
Confesso que me continua a saber bem ouvir a voz de Ville Valo... Aqui com Natalia Avelon.
Porque um bombom pop de vez em quando não faz mal ao colesterol...
fiquem bem!! :D
25 de setembro de 2007
«Freegan, os recolectores dos tempos modernos»
A Pública deste domingo (23/09) trouxe um artigo que me chamou muito a atenção (o facto de eu só escrever sobre ele terça feira à noite diz bastante da minha preguiça inata). Trata então de uma nova subcultura urbana que cresce em Nova Iorque, os Freegan, palavra que surge da contracção de Vegan com free. Em sumário, os freegan tentam viver dos desperdícios da sociedade moderna - reduzindo os seus hábitos de consumo ao mínimo. Pescam nos caixotes do lixo os restos de comida aproveitáveis que os outros não quiseram - principalmente naqueles das superfíceis comerciais, ou dos restaurantes. Para informações detalhadas, visitem o link que está ali acima. Começam inclusivé a ser criados sites de receitas freegan, entre muitos que preconizam este estilo de vida. O artigo, original do Los Angeles Times, foca-se no caso de Madeline Nelson, uma ex-directora de comunicação de uma cadeia de livrarias, que ganhava um salário de centenas de milhares de dólares por ano, e que se tornou freegan em 2005. Reduziu os seus gastos anuais de 72.000 para 18.000 euros, e não compra roupa há três anos, mas continua a comprar papel higiénico e comida para os gatos. O artigo termina informando-nos que «Nelson adorava passear pelos grandes armazéns e comprar livros e sapatos. Agora experimenta a mesma satisfação ao encontrar 20 frangos assados temperados com alecrim num contentor da Gourmet garage ou enquanto conversa com amigos durante um almoço feito com lixo. E nunca foi tão feliz.».
Devo confessar que o conceito me causou alguma repulsa no primeiro instante, pois imediatamente me vieram à memória (visual e olfativa) os contentores fedentes que se encontram pelas nossas ruas. Ao continuar a ler, os meus receios acalmaram-se, e até me surgiu uma certa simpatia pela causa. Tem lógica, de facto. Ironicamente (ou talvez não) é algo só possível nas grandes metrópoles, tais como Nova Iorque. Não estou a ver um Freegan a conseguir sobreviver comodamente sequer em Lisboa, quanto mais em qualquer das outras cidades do nosso país. Bem, um talvez, mas uma comunidade? Não me parece possível, mas e daí talvez eu não tenha uma noção muito boa da qualidade e quantidade de lixo da nossa capital. Em geral não tenho qualquer problema com roupa usada (sou fã acérrima das lojas de roupa em segunda mão e das feiras, e quem me conhece sabe isso), ou com recuperar objectos do lixo (o candeeiro do meu quarto tem essa origem, por exemplo), e adoro criar algo novo com velhos materiais. Continuo no entanto, uma irremediável consumista. Não digo que não pudesse prescindir destes pequenos luxos (música, livros, sapatos e acessórios, principalmente), mas acho que se pudesse escolher, não o faria. E depois, tenho uma relação de amor supremo com a comida e com a culinária (dêem-me uma cozinha bem equipada e eu sou uma mulher feliz). Alimentos frescos, plenos de vitalidade e sabor - fonte de prazer absoluto... A ideia, não deixa no entanto de me cativar. Nunca serei Freegan em Portugal. Mas não digo que não o seria se vivesse em Nova Iorque por exemplo. E visto que ainda não inventaram uma máquina do tempo, continuamos a não saber o que o futuro nos reserva, não é verdade? ;)
Fiquem bem!
24 de setembro de 2007
"Eu sou a navegante da lua..."

Não há concerteza ninguém da minha idade que não conheça esta série de anime, rapaz ou rapariga, ela era omnipresente. E eu amava! Sailor Moon, a Navegante da Lua, na versão portuguesa.

Que não se lembra das trapalhadas de Bunny Tsukino, que me apresentaram à famosa gota de suor na testa das personagens, coisa que até então não me tinha passado pela vista? Ou do seu amor desenfreado pelo seu Mascarado (que lá para a terceira série até era marido dela na lua, ou lá o que era. Eles lá andaram a brincar com o espaço/tempo, jé nem me lembro bem)? Das lutas com as colegas, do gato Luna, dos gritos histéricos, das longas madeixas douradas? E principalmente das vozes agudas da tradução portuguesa... (conhecendo as vozes femininas japonesas de anime, desconfio que o original não fosse muito melhor...)
Durante anos, esta série acompanhou-me, todo o seu encanto residindo no seu kitsch total e absoluto. Era foleira? Era. Irritante? Também. Óbvia? Um pouco. Mas maravilhosa exactamente por isso! Tinha tudo a que os sonhos de uma rapariga tinham direito: Muito amor, muita troca de roupa, inocência, candura, e um princípe encantado, por quem Bunny soltava suspiros trémulos "oh, Mascarado...". A isso juntam-se todas aquelas coreografias e transformações (a rapariga fazia uma aula de aeróbica de cada vez que se tranformava).
Posso dizer que foi Sailor Moon que me abriu as portas para o fabuloso mundo das séries de animação japonesas, e só por isso terá sempre um lugar no meu coração, mas também por toda a sua inocência kitsch, que mesmo assim não perde aquele elemento de fantasia masculina das rapariguinhas colegiais (que ainda por cima mostravam o corpinho de cada vez que havia um malvado por perto). E depois, o genérico. A banda sonora. Marcou-me, e até hoje dou por mim de repente a cantar "Lunaaa, Lunaaaa, conto gontigooo, nessas lutas, contra o inimigooooo!!!! Monstros sonhos são, lendas ou imaginaçãooooo, Lunaaa, Lunaaa, veeem, lutar pelo beeeemmm!!!!"Para quem tiver saudades, fica um vídeo... "Lunaaaa, Lunaaa...." Ai, que saudades!!!!!!
Fiquem bem!!! :D
23 de setembro de 2007
R.I.P., Marcel Marceau...
As luzes da sala apagam-se, ficam as do palco. Uma figura pequena e frágil surge, cabeça coroada por uma mata de cabelo avermelhado e revolto, a face pintada. O silêncio é preenchido pela música, as palavras não são para aqui chamadas. Acabava de entrar em cena Marcel Marceau, o maior mimo do século XX, num CCB não lotado, mas totalmente rendido. Aos oitenta anos, ainda o seu corpo possuía uma flexibilidade de dançarino, enquanto realiza o seu teatro da vida, as mãos como pássaros movendo-se e transformando o espaço. Bip surge na segunda parte, calças brancas subidas, camisola de peitilho às riscas, cara branca. Torna-se um amante, duas pessoas numa, um abraço apertado num corpo que é dois. Chora, ri. Faz-nos chorar e rir com ele.
O Artista em todo o seu esplendor, aquele que é capaz de encher uma sala com a sua mera presença. Foi esta a impressão que Marcel Marceau deixou em mim, numa tarde de Dezembro, quatro anos atrás. Morreu ontem, aos 84 anos. Uma perda para o mundo, mas mais uma aquisição para a imortalidade! Fecho com uma homenagem em vídeo - pois, de facto, com Marceau, as palavras são o menos importante...21 de setembro de 2007
"A vida é como uma caixa de chocolates, nunca se sabe o que está lá dentro"
Porque há obras assim, que quantas mais vezes as vemos mais gostamos delas. A razão pela qual eu adoro o Tom Hanks, faça ele o que fizer. Um dos filmes da minha vida, sem sombra de dúvida... ( e só de ver o trailer fico com lágrimas nos olhos)
Quem quer um chocolate?
19 de setembro de 2007
Almas gémeas II
18 de setembro de 2007
Serviço cultural!
Trata-se de uma iniciativa singular, mas que não pode ter sucesso sem a participação de uma comunidade activa. É um site de divulgação cultural (em toda a sua vastidão), em que se pode participar activamente. Imaginem que querem divulgar uma actividade da vossa terra, o lançamento de um livro, uma festa, seja ou que for. Ou querem simplesmente comentar e discutir uma notícia que vos parece interessante. Dirigem-se ao ao Diga Cultura e voilá! Nas palavras do autor:
«Sempre ouvi amigos queixarem-se da falta de divulgação de eventos culturais nacionais, curiosamente as cidades culturalmente mais activas eram as que possuiam uma falha maior. Então surgiu a ideia de usar um cms já existente para permitir que qualquer utilizador inserisse um evento cultural que tivesse conhecimento...».
Este tipo de iniciativas merecem todo o apoio, ainda mais quando me parece que anda por aí uma grave epidemia disso mesmo que vocês sabem: falta de iniciativa crónica. Acho eu. Mas como o que eu digo não se escreve, formem a vossa opinião. E já agora, vão lá, registem-se e participem! Ainda têm a vantagem de se tornarem parte de um grupo de pessoas de superlativo interesse, come io, claro! Se forem bonzinhos, ofereço-vos um rebuçado (ou não)... =)
Brincadeiras à parte, é uma sugestão séria. Take a peak, e depois vejam se interessa!
beijoca para todos! chuac!
15 de setembro de 2007
Quero...
- ah sim? e depois?
- depois subo e beijo-te o joelho
- soa bem!continua...
- a subir?
- sim! o que vem depois?
- depois levo-te ao céu, montados no dorso de um cavalo-marinho, através do arco-íris
- não
- não?
- não. quero levar-te eu, até à profundezas do Oceano, nas asas de uma andorinha
- como?
- vou beijar a curva do teu cotovelo, acariciar a tua nuca
- e depois?
- depois?
- sim, depois...
- depois... deixa-me demonstrar....
14 de setembro de 2007
intimidade
Hoje o meu estado de espírito apela à tranquilidade, à intimidade... Gostaria de ter alguém com quem me enroscar no sofá, bem apertadinhos, e confortáveis, sentindo o bater dos nossos corações... Como não tenho essa sorte, recorro à voz. Sim, a ele, o trovador dos anos 90, o incomparável Jeff Buckley, uma vez mais. Para me enroscar à mesma no sofá, mesmo que sem um abraço para me amparar.
Música de Leonard Cohen. Alma de Jeff Buckley. Eternidade de todos nós.
(para quem quiser ver o original do mestre Cohen, é só clicar aqui)
13 de setembro de 2007
Corrente da amizade =)
É a primeira vez que recebo um prémio "bloguístico"!! E logo um tão querido! Obrigada Hannah!!! De que se trata então?12 de setembro de 2007
Mort
Para benefício de alguns leitores, e porque apetece, hoje trago-vos "Mort", de Terry Pratchett, um livro absolutamente hilariante, com um humor que raia o genial. Este é o segundo volume de uma série passada no Discworld, mundo em forma de disco, que repousa sobre quatro elefantes, que por sua vez repousam na carapaça da Grande A'Tuin, uma gigantesca tartaruga espacial. Também é descrito no Guia Discworld como "uma pizza geológica, mas sem anchovas". Para mais pormenores, visitem o site do autor, vale bem a pena. Voltando ao livro, esta é a história de Mortimer, Mort para os amigos, que por diversas vicissitudes se vê como aprendiz da Morte. Sim, ela mesma, com gadanha e tudo. A morte gosta de cozinhar, de comer, e de gatinhos. E tem um garanhão branco chamado Binky. Mort mete-se, como convém, em sarilhos sérios, ao longo de todo o livro. São no entanto a linguagem cáustica e o humor irónico de Terry que me leva a rir até às lágrimas... Deixo-vos com um pequeno excerto, para abrir o apetite! Nota positiva também para a excelente tradução de Mário Dias Correia, que há poucas coisas tão desagradáveis como uma má tradução!« O ar adquiriu um toque espesso, oleoso, e as profundas sombras à volta de Mort orlaram-se de arco-íris azuis e purpúreos. A figura avançou para ele, com a capa a ondular e os pés a fazerem pequenos ruídos secos no empedrado. Eram, aliás, os únicos sons - o silêncio descera sobre a praça como um grande pedaço de algodão em rama.
O Efeito, verdadeiramente impressionante, foi estragado por uma mancha de gelo no chão.
- OH, MERDA.
Não foi exactamente uma voz. As palavras estavam lá, sem dúvida, mas chegaram à cabeça de Mort sem se darem ao incómodo de passar pelos ouvidos.
O rapaz precipitou-se para ajudar a figura caída, e deu por si a agarrar uma mão que era apenas osso polido, liso e amarelecido como uma velha bola de bilhar. O capuz deixou ver um crânio cru, que voltou para ele as órbitas vazias. (...)
- Espero que não se tenha magoado, senhor - disse, delicadamente.
A caveira arreganhou os dentes. Claro, pensou Mort; também não tinha alternativa.»
Resta dizer que a Morte fala sempre em maiúsculas, como convém a uma Morte de respeito...
Enjoy!! =)
10 de setembro de 2007
O Perfume, 2006
Consegui finalmente ontem ver este maravilhoso filme, Perfume, Story of a Murderer.Baseado no assombroso romance de Patrick Süskind, que posso dizer que é um dos livros da minha vida, considero-o uma adaptação muito bem feita. Muito bem feita mesmo! Tem um odor visual total, perfeito! O mais próximo que eu podia pedir do que imaginei quando mergulhei nas páginas e na vida de Grenouille, o vilão mais miserável da raça humana, porque nunca pode a ela pertencer. Eu não dou votos, mas se desse, este por mim levava 5/5, em termos de lealdade ao romance que lhe está na origem, em termos visuais, de banda sonora, e de interpretação, claro está. Ben Whishaw entra muito bem na pele de Jean-Baptiste, e só tenho uma objecção a fazer - é demasiado bonito!! Sim, tem um nariz grande, mas é demasiado sensual, demasiado belo. Para mim, pelo menos. Para mim o Jean-Baptiste Grenouille perfeito é um ex-colega a li da fcsh... a Maria e a Curse sabem de quem falo. Juro que quando o conheci pensei, "este é a cara do protagonista do perfume...". Mas como ninguém teve a gentileza de pedir a minha opinião na altura de fazer os castings, assim ficámos! Tenho de admitir que em termos visuais, o Ben torna o Jean-Baptiste muito mais agradável, mas desperta simpatia pelo seu ar delicado, pelo menos no segmento feminino, e não por aquela espécie de fatalidade que nos toca no livro... Seja como for, filme maravilhoso, soberbo. Quero o dvd!!!!
Deixo-vos com o trailer, para abrir o apetite a quem ainda não deliciou os olhos com esta pérola:
Enjoy! (sniffff!!!!!)
9 de setembro de 2007
Tornata!!!
1 de setembro de 2007
See you!
A morte saiu à rua
num dia assim
naquele lugar sem nome
p'ra qualquer fim
Uma gota rubra
sobre a calçada
cai
E um rio de sangue
De um peito aberto
sai
O vento que dá nas canas
do canavial
E a foice de uma ceifeira
de portugal
E o som da bigorna
como um clarim do céu
vão dizendo em toda a parte
o pintor morreu
Teu sangue, pintor reclama
outra morte igual
só olho por olho e
dente por dente vale
A lei assassina a morte
que te matou
teu corpo pertence à terra
que te abraçou
Aqui te afirmamos
dente por dente assim
que um dia rirá melhor
quem rirá por fim
Na curva da estrada
há covas feitas no chão
e em todas florirão rosas
de uma nação.
(José Afonso, 1972)