14 de julho de 2006

As partidas da intuição, ou "eu não quero que aquilo que eu acho que é seja"

A intuição feminina (AKA capacidade de observação e interpretação comportamental) é uma coisa lixada, sabem? Por vezes dá um jeitaço do caraças, porque já estamos à espera dos golpes quando eles vêm. O pior é quando nos tornamos cegos de propósito. Nós sabemos, está lá, mesmo à nossa frente, mas mesmo assim não queremos ver. Para um bom observador, depois basta juntar os dados, e voilá, resultado certo cerca de 80% das vezes. É claro que quando pensamos: "hum, será? Ná, é só a minha imaginação que é muito fértil...", por vezes damos um grande tombo, quando verificamos que até estávamos certas. Bolas, só não acerto no euromilhões!!! Que trampa! Esta reflecção é acerca de uma situação concreta, mas pode ser aplicada à generalidade das relações humanas. Afinal, a meu ver, a maioria da cegueira que plorifera nos nossos relacionamentos é auto-infligida. Não vemos porque não queremos, porque não temos coragem de enfrentar a situação, e pior, por comodismo... Porque abrir os olhos e admitir que o outro (e nós) não somos perfeitos, que provavelmente não vamos ser "felizes para sempre" é muito doloroso. Mas não é pior no fim, quando as coisas acabam mesmo?! Não seria mais simples começar a ver claramente desde o início? Não, o ser humano é tudo menos simples, e é a ilusão que nos mantém sãos no dia-a-dia... Por isso, olha, é aguentar as quedas, que do chão não passamos, não é?
Acho que hoje vou mesmo ouvir Antony - o meu belo chão de mármore negro - o poço profundo onde nos afundamos na nossa dor.
(don't worry, não estou assim tão em baixo. Só um bocadinho!)
:/