23 de agosto de 2007

Torre de Babel, ou o poder da comunicação

Segundo o Velho Testamento, Deus teria lançado as diferentes línguas entre os homens para os castigar pela sua soberba ao tentarem construir uma torre que chegasse aos céus. Ao verem-se impedidos de comunicar, a empresa falhou... Desculpem se houver imperfeições, mas não me dei ao trabalho de ir ler a fonte. Adiante. Para o que aqui me interessa, este episódio vem apenas demonstrar a consciência aguda que o homem tem da importância da linguagem na comunicação e nas relações interpessoais. E na nossa sociedade de tendências globalizantes, a necessidade de ser multilíngue é cada vez mais aguda... Para que é que eu estou para aqui a falar nisto, perguntam-se vós? Foi uma reflexão que me atingiu com muita força nos últimos dias, ao ver a impossibilidade dos meus amigos italianos de comunicarem e interagirem com os meus amigos portugueses, visto que nem uns falavam nem português nem inglês, nem os outros italiano. Se tivermos em conta que o Esperanto não pegou lá muito bem, e gostemos ou não da língua, temos de admitir que saber falar pelo menos inglês é essencial. Eu sei bem como é que isso me safou nos primeiros tempos em Itália, quando ainda não tinha adquirido vocabulário nativo. É uma situação bastante deseperante, querer conversar, conhecer uma pessoa, e não o conseguir. Viajar sem saber falar mais que a nossa lingua mãe, a não ser que sejamos anglo-saxónicos, é uma empresa bastante arriscada, diga-se... Neste caso, impossibilitou qualquer empatia, momentos agradáveis foram perdidos, porque não se conseguia uma harmonia no grupo. Havia sempre um lado da mesa que ficava sem perceber a conversa, sem partilhar as ideias, sem participar na risada. Acaba também por ser muito cansativo ser o único elemento de ligação, o intérprete, o anfitrião. Não é que não me traga prazer fazer este papel, mas é uma carga que acaba por se tornar pesada. Enfim... As maravilhas do nosso país foram na mesma apreciadas, e ficou no ar a promessa de um curso de inglês, para tornar as coisas mais fluídas da próxima vez - pois com certeza que haverá uma próxima vez! :D
Desta vez o percurso foi: Setúbal, Palmela, Sintra, Sesimbra e quatro dias para ver Lisboa.
Ficou o encantamento do local, mas as gentes não puderam ser apreciadas em todo o seu esplendor, infelizmente... Maroto, este Deus, hum?! ;)

A foto acima foi tirada pelo Matteo. Com uma máquina soberba, como se pode ver... hehe!

Baci a tutti!! Be good! ;P