Não é primeira vez que escrevo sobre este tema. Possivelmente não será a última, visto que de quando em vez me volta à mente. É uma ideia muito agradável, a de que haverá possivelmente uma pessoa que nos complementa. Tal como me é agradável a ideia de ter uma alma. Não sei se a tenho, no entanto, e assim, como poderia ter esta uma metade perdida? Há certamente, por outro lado, pessoas que partilham da mesma solidão (seja esta pequena ou grande), dos mesmos interesses (cada vez mais fácil), e quiçá de uma mesma maneira de ver a vida. Sempre houve, dizem vocês, é a história das relações humanas. Certo. Mas a diferença é que essas pessoas agora estão ao alcance de um toque no botão de um rato, de um programa de computador, dentro da luz de um ecrã, na intimidade das nossas casas. A blogoesfera é um exemplo acabado disso mesmo... Não faltam por aí locais onde um cibernauta pode conhecer pessoas, e mesmo alguns especializados em acabar com a solidão alheia. Estamos então perante toda uma nova dimensão do relacionamento, como não se viu em milénios de história. De base intelectual, é fundamentado num pressuposto de confiaça à priori: confiamos que quem está do outro lado está a ser sincero, que não nos engana, que não nos leva a acreditar numa falácia. Nem sempre é assim, obviamente, é um dos atractivos deste tipo de meio - poder criar uma outra pessoa, que achamos mais brilhante que o nosso eu, um upgrade de personalidade! Agora, por muito que estejamos adaptados à tecnologia, o nosso corpo não está programado para responder a estímulos puramente intelectuais, quando se trata de paixão, ou seja, da famosa alma gémea. Qual é o tipo de amor que nasce quando não se ouve uma voz, quando não se sente um abraço, quando não se cheira um perfume? Poderá ser chamado amor ainda? Ou será esta a verdadeira busca da alma gémea, no fim? - porque se não há corpo, esta é verdadeiramente a simbiose de duas almas. Tais são as maravilhas da tecnologia, hum?
(não percam muito tempo a pensar porque é que eu estou a falar disto. tempo a mais em frente ao computador, é o que é... hehe!!!)
12 comentários:
A grande vantagem, na minha opinião, do "admirável mundo novo" da internet é que sublinha um factor importante de uma potencial relação: a capacidade de um diálogo, mais ou menos complexo, mas sem dúvida simbiótico entre duas pessoas durante um período prolongado.
Porque embora o à-vontade físico seja fundamental para a paixão se desencadear, uma vez que esse estado de euforia hormonal acaba, se não há afinidades de outra natureza, a relação (no sentido ideal) está irremediavelmente morta.
Agora, é esta sintonia de diálogo extra-físico aquilo a que chamam "almas gémeas"? E haverá apenas uma, várias ou nenhuma por cada ser humano na terra? Para isso não tenho, nem sei se alguma vez terei, uma resposta conclusiva.
Seja como for gabo-te a coragem e boa vontade para pôr as cabecinhas dos bloggers a divagar ;)
Baci!
:)
não tenho tempo para escrever um comentário decente, mas gostei imenso do post e da foto!!!
:D
kisses!!!
se me perguntasses há umas semanas dizia quase com toda a certeza que sim, existem uma alma gémea, com quem se está planemente à vontade e que nos preenche de tal maneira que tudo à nossa volta não terá um interesse maior do que puramente intelectual. mas como perdi a inocência não me arrisco a dizer tal coisa. acho mesmo estapafúrdia. porque a nossa vida é cruzada por milhares de pessoas, e acredito que existe algumas, mt poucas, ou mesmo uma única que nos vá marcar a vida com um ferro em brasa.
quanto à tecnologia, nunca se pode dizer que desta água n beberei....:)
Limito-me a dizer que amei a foto... muito... e mais nada digo porque estou de fugida.
O trabalho vive comigo intensamente. ;-)
Beijosssssss
Cara amiga,
Esta «coisa» de que você fala hoje, e refiro-me mais ao meio do que ao fim procurado em termos sentimentais e similares,
é extremamente aliciante e lúdica, a par de perversa e de envolver malformalções. Come-nos tempo e vicia-nos um pouco. Em certos casos, entre blogues e mails, duas pessoas podem viver encontros fascinantes, dar ternura sem precisar do corpo, partilhar
reflexões sem tráfico de influên-
cias. Já encontrei aqui pessoas que
perceberam o que eu era, quem era,
que me contaram experiências vividas e que vieram ler nos meus livros. Há bem pouco tempo consegui mudar, para melhor, o título do meu próximo livro com o auxílio de uma das pessoas que falam mais comigo, até por razões de empatia intelectual e concepções sobre e vida.
As suas dúvidas e os seus fascínios
ajudam-me a construir o puzzle do
seu retrato (um retrato virtual)in-
ventado através das suas palavras e
ideias. Da prória inquietude (sau-
dável) que cintila no seu blog.
Um abraço imaginário
Rocha de Sousa
é que depois se cria uma idealização tal...
...que qualquer desilusãozita destrói!
não achas?
Arya: sim. mas isso fica para o próximo post... ;P
Em sistemas abstractos, como é o caso da Internet, quando procedemos ao acto de comunicação, temos quase todos a tendência de ter fé nas pessoas com quem contactamos. É o equivalente ao colocar o nosso nível de confiança numa dimensão de perigo, numa zona desconhecida onde não existe safety net que nos acuda. Mas a verdade é que, ao se dar esse passo, existe a possibilidade de encontrarmos alguém que esteja tão pré-disposto como nós a uma comunicação baseada em pressupostos nobres e honestos. Lá está a tal zona de risco que uns estão dispostos a trilhar e que outros simplesmente evitam. Quanto às almas gémeas, o meu lado mais romântico e convencional quer acreditar que existe apenas uma que nos pode complementar na íntegra; por outro lado, acreditar que existe apenas uma alma para cada um é algo pretensioso e limitativo: quem nos diz que não existem almas que, mesmo não sendo idênticas à nossa, nos completam exactamente por serem o oposto daquilo que somos? Acredito que existam formas de amor fora dos arquétipos vigentes e, no caso da Internet, os sentimentos e as idealizações são tão viáveis como nos processos mais comuns. Tudo o que envolve sentimentos é muito complexo e transcende quaisquer delimitações. Já estou a divagar por demais, vou ficar por aqui...
Bjs
acho que se conhece muita gente na net... eu que o diga, no último ano tenho conhecido, tasnta, tanta gente interessante... a parte do interessante é que tu acabas por te aproximar por gostos e interesses e não por factores físicos... depois a parte maiiiissss interessante e de onde pode mesmo nascer qualquer coisa... é no conbtacto ao vivo, aí, ou combustão fisicoquimicointelectualemocional... ou não.. :) mas cem çpor cento a favor da net para fazer amizades e conhecer almas, gémeas ou não, mas boas almas... eheh
então e este fim de semana não passas em Alpedrinha nos Chocalhos....
Para ser sincera não acredito que se encontre a alma gemea na net. Como se pode amar alguem que não se conhece completamente (se é que alguma x se conhece completamente alguem). mas o olhar, o tocar, o snetir o cheiro, as expressoes ainda são pr mim mais reveladoras que qq dialogo de horas, dias, semanas, etc.
mas olha, adorei o post...
Não falando de almas gémeas, mas sim da foto que mostra a tua veia voyeur (LOL) constato que os castelos são locais privilegiados de encontro das ditas almas, também me parece assunto para um bom post, se calhar têm alguma espécie de magia.
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