23 de julho de 2006
porFiar - Palmela/06
O FIAR - Festival Internacional de Artes de Rua de Palmela foi desde a sua criação um motivo de orgulho, atraindo um público numeroso e fiel, entre o qual me encontro. Este ano, face às dificuldades, temos o PORFIAR, de 2 dias, e entrada paga. Embora o tempo seja curto, a qualidade é a mesma!
22 Julho - 22:30h. A noite está fria e ventosa, como é comum nas altitudes de Palmela. No miradouro do castelo encontra-se um pequeno grupo de pessoas, aguardando o início do espectáculo. Um espaço vazio, várias pequenas mesas, cada uma com dois bancos e uma lanterna (que o vento torna difíceis de manter acesas). Com algum atraso, chegam os artistas, quantos ao certo não sei. Vêm com ar andrajoso, cada um munido de uma caixa de sapatos ou um saco de plástico. Mote da noite:Em caso de tragédia se te derem 5 minutos para abandonares a tua casa que levarias numa caixa de sapatos? Deste modo, de cada caixa sai um objecto que conta uma triste história de tragédia, à medida que cada personagem vai desvendando às outras, e ao público, que circula por entre as mesas, interagindo, a sua tristeza. Não há uma língua, mas muitas, todas plasmadas numa só - linguagem universal, na qual o corpo desempenha um papel fundamental. Não compreendemos as palavras, mas a estória vem até nós, triste,triste - amores desfeitos pela violência, filhos arrancados dos braços das mães, terrorismo que rebenta com crianças, fascistas que cortam a cabeça ao amor da nossa vida... vozes que se elevam em lamentos violentos ou sussurados, cantados ou gritados, numa exposição sublime da alma humana. São as "Rencontres de Bôites", uma criação em residência artística pela companhia francesa Kumulus e 20 artistas portugueses. Uma bela criação, não há dúvida!
Nota:texto retirado do programa do PORFIAR
Ficam aqui algumas fotos, que não espelham de modo algum a alma do espectáculo! Apreciem
e para o não se esqueçam do FIAR!!! Costuma ser por meados de Julho.
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