30 de junho de 2006

Descanso da mente, trabalho do corpo - Qual escolher?

Finalmente! Acabou o trabalho académico... As noites em branco, o rabo longe do sofá, as horas intermináveis em frente do computador. A fadiga mental que embota o pensamento, que nos torna em quase-zombies... Parecidos com os do Michael Jackson, tão a ver?! Pronto, é um bocado de exagero, mas ainda estou de "ressaca"! Agora começa um outro trabalho, das 9h às 19h, em que só tenho de pensar em coisas práticas do dia-a-dia, e posso passar um serão no sofá, descansada, fazer as tarefas domésticas sem estar permanentemente a pensar que estou a perder minutos preciosos, enfim, descansar o cérebro. E ler tudo o que me apetecer!!!! E no entanto, passados dois meses, já estou com saudades de aprender, de explorar novos campos, da surpresa constante, enfim, das aulas, pois claro... (não gosto mesmo nada é das frequências - e das datas de entrega dos trabalhos!). É um ciclo de desejos e idealizações... Será que na minha àrea profissional (partindo do princípio que consigo arranjar qualquer coisa na àrea em que me estou a licenciar... Pelo sonho é que vamos, como dizia Sebastião da Gama) conseguirei encontrar o equilíbrio entre o estímulo intelectual e o trabalho mais rotineiro? Espero que sim. Ser estudante é um trabalho a 24 horas, mas sinto-me a definhar quando não tenho a mente preenchida. E a literatura, só por si não me satisfaz totalmente. Bem, estamos todos insatisfeitos, não é? É raro encontrar alguém que esteja na sua situação ideal. A vida é f*****! Mas eu sou optimista, e por enquanto ainda estou dentro do meu aquário, pequeno e climatizado...
Música perfeita para o começo das férias: Patrick Wolf - Wind in the wires. Todo o álbum transpira vitalidade, que é mesmo do que se precisa. E uma boa dose de Pulp também ajuda!!! Desintoxicação da bela música deprimente, que agora não ajuda, embora ande sempre por perto. Josh Rouse é presença constante, claro! Pararapapa, paparapaaa, pararapapaaa...!!!
Bem, de volta aos marcianos! (ando numa de clássicos - A Guerra dos Mundos, H.G.Wells, é o mais recente petisco)
Saudações!

24 de junho de 2006

Josh Rrrroouse ;)

Pois é, o rapaz é lindo. Eu quero um vizinho daqueles... E ainda por cima canta bem que se farta.
Foi pena não ter sido um concerto só dele. Deu origem a uma audiência um pouco estranha... Por um lado muito entusiasmada (o ppl da radar, desconfio), e por outro desconhecedora/pouco motivada. Uma pena realmente. No entanto a simpatia dele compensou esta esquizofrenia do público. A Aula Magna ficou um pouco vazia, mas a excelente acústica fez com que a participação do público não passasse despercebida, especialmente num registo acústico. Bolas, foi lindo. As "Love Vibrations" estiveram mesmo no ar! :) E a ideia de usar quartetos de cordas nativos é mesmo muito boa. Parabéns ao quarteto de São Roque. Já agora parabéns também aos 2008 por terem ganho o concurso. Só gostava é que me explicassem porque é que o volume duplicou quando tocaram - aqueles metais feriam mesmo os ouvidos... Não foi muito bom para a actuação. Devo confessar que me baldei à primeira parte, mas o estômago falou mais alto (e eu queria era ver o Josh), por isso não sei bem qual o grau de "qualidade" dos finalistas participantes. Mas os vencedores não me parecem maus de todo, mesmo assim... Que aproveitem a oportunidade - precisamos de mais boa música portuguesa! Voltando ao Josh, obrigado por ter tocado várias do 1972 (my favorite)! Também gostei bastante das novas canções. E bem que o podiam ter deixado fazer mais dois ou três (ou quatro, ou cinco...) encores! Mas pronto, deu pa matar saudades do nosso vizinho favorito! A minha vaia vai para a (má) organização!!! Era suposto quem tinha vouchers ou prova de multibanco estar lá duas horas antes do espectáculo para os trocar por bilhetes, ou seja, por volta das seis da tarde - só abriram as portas às 19:30h!!! Não se admite hora e meia de atraso num evento organizado pela tmn! E a desorganização também foi visível no palco, depois da actuação do Josh! Que comédia! Já é tempo de perceberem que, embora sejam regra em Portugal os atrasos, estes não são admissíveis em certos contextos!!! Depois querem passar uma imagem de qualidade... Pois sim...
As férias estão quase aí! wwweeeee!!!!
É acabar as frequências, e começar o trabalho de verão... =/ É a ditadura do €, o que é que se pode fazer? "We're goin' through the changes, hopin' for replacement, until we find, a way out of this hole"!
A não esquecer: Spread the love vibration!!!! :*

22 de junho de 2006

1984 - AGAIN!

Bolas, não consigo deixar de pensar na história de George Orwell... Hoje lembrei-me do filme baseado no romance, sabem como? Ao ver todos os trabalhadores da Autoeuropa, de pé, a cantar o hino em frente a um ecrán gigante. Mas em vez da cara de Big Brother, quem lá estava era a selecção... A sério foi um flash instantâneo. Fiquei um bocado assustada! E se em vez de um controlo planetário pela manipulação de informação, nos estiverem a lavar o cérebro através do futebol?! Pensem bem no comportamento humano perante um jogo destes: agrupamento imediato, atitudes irracionais, muito pouca actividade cerebral, etc... Será que os jogos contêm mensagens subliminares? "They live!" diz-vos alguma coisa?! ;)
Não, não estou com teorias da conspiração, só estou francamente farta de futebol, e preciso de pensar noutras coisas... Mas aquela imagem da Autoeuropa...
Acho que já rebentei alguns fusíveis. quando as férias começarem, vou tirar barriga de misérias, e ler todos os romances que acumulei ao longo do ano lectivo, a apanhar teias de aranha, enquanto eu lia cenas da faculdade! Até às três da manhã! Aí é que vão vir as teorias!! =) (tou brincando...)
"Hasta la vista, baby!" =P

21 de junho de 2006

1984

Não, não é o meu ano de nascimento. Mas está lá perto. É mesmo o famoso romance (não me lembro do nome do autor, e não tenho aqui o livro. Logo ponho quando tiver), que terá inspirado o reality show (palhaçada) "big brother". Não consigo deixar de me lembrar dele, de cada vez que vejo o noticiàrio na televisão, e ainda mais quando é algo relacionado com a política externa dos EUA. Então quando vejo os discursos abjectos de George W Bush, nem se fala... Já nem sei se podemos estar seguros do que vemos, ou melhor, do que nos mostram... Provavelmente não. O distanciamento provocado pelo excesso de informação é tanto, que, quando ouvimos que morreram mais 11 pessoas no Iraque, no máximo encolhemos os ombros. É apenas mais uma notícia. Que por sinal se repete todos os dias, por detrás do ecrán... Longe... E no entanto, que mais podemos fazer? Sugiro que mantenham os vossos pisa-papéis por perto, para que nunca se esqueçam! Acreditar no que podemos tocar, não no que podemos ver. Tão básico, tão utópico!
Seja como for, tenho as ideias um bocado confusas!
Mudando de assunto, saiu o primeiro àlbum de Joan as Policewomam, que é muito bom a avaliar pelo que ela nos mostrou na primeira parte do concerto de Rufus Wainwright, a 24 Abril de 2005 (que grande concerto, não consigo deixar de visualizar aquela tanga azul, as asas, os sapatos de verniz vermelho, sempre que ouço "The old whore's diet"! LOL!Lindo!). E o primeiro single, com a colaboração de Antony, "I defie", é soberbo!!! Acho que é um dos "must have" da estação!!! Acho que a música é o meu pisa-papel, com um belo pedaço de coral no interior...
BIG BROTHER IS WHATCHING US!!! ;)

15 de junho de 2006

A beleza do bizarro, a morte do amor e a vitória da apatia

Que mês horrível. E ainda vai a meio... Música repeat da noite: Coco Rosie feat. Antony - Beautiful boys. "All those beautiful boys, pimps and queens and criminal quears... All those beautiful boys, tatoos of ships and tatoos of tears..." (desculpem se houver erros, mas já nem vejo bem. A culpa é da história da arte!). Não é preciso comentar, pois não? Divinalmente decadente. Vozes de anjo (acho que já me estou a repetir, mas não faz mal) cantando a glória da fragilidade, da corrupção terrena. Para escutar quando se está (estou) no fundo do fosso, ou com necessidade de enlevação intelectual.
Outra das músicas de hoje foi El Desierto, de Lhasa de Sela - "Porque el alma pierde el fuego quando decha de amar" (Maria, corrige-me, eu não sei espanhol!! =]). Vocês percebem! Que voz! Que sentimento! Só me fez ficar mais na m****, mas não importa, é lindo na mesma.
Acho que o ponto alto do dia foi quando emergi da toca, para observar as belíssimas (hoje estou numa de superlativos) nuvens do crepúsculo, durante uma aberta. Já pararam para observar um espetáculo destes? O céu enche-se de remoinhos de cor, numa paleta que oscila entre o laranja e o cinzento, passando pelo roxo e o rosa, cortados pelas moles de nuvens rebeldes, compactas e escuras ou etéreas e transparentes, uma dança que dura cerca de meia hora, à medida que a luz se retira. É de ficar com a "alma lavada". Sei que é cliché, mas é mesmo o que se sente, sensação aumentada pelo cheiro da terra molhada, do ar fresco, vibrante. Infelizmente, depois voltam os livros, o computador, a luz artificial, os olhos secos, o cérebro cansado, e a "alma" volta a mirrar. É depois a Vitória da Apatia, visto que já nem resta energia para qualquer outra coisa. Nem para dormir bem... :/
Vida de estudante (qualquer que seja o estudo), para uns melhor que para outros, mas todas com pontos de comunhão. A minha não deve ser das piores, mesmo assim...
Até à vista! (ou não)

Música para tempestade

O tempo chuvoso voltou, mesmo a tempo de estragar os feriados (a quem os tem...), e trazendo mais um pouco desta atmosfera ozonal, tão perfeita para a reflexão (não ter os pés molhados também ajuda muito), e para audição dos álbuns mais negros e depressivos da nossa discografia! Oh, joy!
"i'd watched the rain claw at the glass, and a vicious wind blew hard and fast. I should have taken it as a warning...". Pois é, No More Shall We Part, Nick Cave & The Bad Seeds, é sempre a minha primeira escolha para estes dias. É quase compulsivo: "The ladders of life that we scale merrily, move mysteriously around, so that when you think you're climbing up, man, in fact you're climbing down." Perfeito! É um álbum não consensual, mas um dos meus favoritos - daqueles que alteram o ritmo cardíaco à primeira audição. Há quem odeie. Eu amo!
Depois: "Hope there's someone who take care of me, when i die, will i go?". O único artista que até hoje me fez chorar num concerto - Antony, pois claro! A marioneta descontrolada com voz de anjo, que destila melancolia a cada acorde! I am a bird Now, um dos melhores álbuns de 2005. As companheiras Coco rosie também são bem vindas ao funeral. Leonard Cohen idem, especialmente um monumento intitulado "The avalanche", do Songs of Love and Hate. Sim, esse que influenciou o Nick! :)
Tindersticks também vêem a calhar, obviamente! ;)

Isto de ter um blog até é engraçado. Este nasceu mesmo por acaso: queria deixar um comentário no da Radar! :) Uma coisa levou a outra, e aqui estou eu a escrever baboseiras sem conteúdo... Que quase ninguém vai ler. Isso retira-lhes o valor, ou ele existe independentemente de quem o lê? Será que o valor atribuído por mim durante a escrita vale por si? Vêem o que eu digo acerca do tempo? ;)

"Babe, it seems so long, since you've been gone, and i just got to say, that it grows darker whit the day"

Bye!

11 de junho de 2006

Estranho mundo o do cérebro

Ontem experimentei pela primeira vez na minha vida de estudante (que já dura à 15 anos, uf!) o famoso bloqueio, ou branca: quando a professora me deu a frequência, tudo o que eu tinha estudado se desvaneceu como que por magia... Acho que nunca tinha experimentado tal estado de estupidificação. Estive mesmo para entregar a folha em branco, coisa impensável! Ora, se fui a praticamente todas as aulas, tinha bons apontamentos, e li um pouco de cada autor para compreeder bem as teorias (a disciplina é metodologia da história da arte - nome pomposo, hum?), o que me parecia que tinha conseguido, o que se passou?! Está certo que não me matei a estudar, mas mesmo as matérias em que estava mais à vontade fugiram! Será que o meu cérebro resolveu pregar-me uma partida de mau gosto? É uma experiência muito perturbante, a sério! Mas estranhamente fascinante: terá sido pressão? Sou bastante calma, por isso não me parece. Acordei com uma grande dor de cabeça, mas isso acontece muitas vezes, e além disso já tinha passado na hora do teste; também não foi desconcentração...Então? Bem, também não interessa muito, não é? Foi só para partilhar uma experiência algo bizarra.
Mais valia ter ido ao Super Bock!!!!!! :{
Esta semana assisti a uma coisa que para mim é também totalmente bizarra e incompreensível: Como é possível que uma pessoa que matou outra à pancada por puro racismo tenha cumprido apenas dois anos de cadeia? E mais, que depois disto tenha à vontade suficiente para ir para a televisão exibir armas de fogo, e falar dos filhos pequenos?!!! E dizer que defende os "valores nacionais"?!Entre outras coisas revoltantes... Sabem do que estou a falar. Os neonazis deixam-me positivamente apavorada: no meu entender são máquinas de guerra sem cérebro e sem principios! Honestamente, não consigo mesmo compreender... Enfim.
Nem tudo é mau: o single "Lolita" dos Elephant é brilhante!! A letra é bastante fiel à obra de Nabokov (minha opinião, obviamente), e o ritmo é, bem, obrigatoriamente dançável! :)
Adiós!

7 de junho de 2006

Revolta!!!!!

Isto não é justo!!! O Super Bock Super Rock hoje é brutal, e eu não posso ir porque tenho um exame... GRRRRRRRRRRR!!!!!! Não se admite marcarem um festival destes mesmo no mês das frequências... Snifff!!!
É que não há cápsulas kgb que nos ajudem quando estamos em frente à folha de exame!! Estudantes de Portugal, levantem a vossa voz!!!!!
Pronto, foi só um desabafo. Bolas, estou mesmo deprimida... De volta po estudo... :(
Kiss, kiss

5 de junho de 2006

Savage songs

Ontem estava tão podre que me enganei. Como eu não gosto muito de erros, aqui vai a correcção: o nome da música é "Lover, You Should've Come Over", e comi uma palavra no verso «Where are you tonight, child you know how much i need it».
Sou uma grande,grande admiradora de Nick Cave, mas também dos seus Bad Seeds, e fiquei apaixonada pela voz de Conway Savage(que normalmente está ao piano), ao ouvi-lo na murder ballad "Willow Garden", 2ºvol de B-sides & Rarities, e também no dueto que faz com Nick numa das canções de Nocturama. No seguimento disso, tendo consultado o site do artista (entretanto desactivado) e estando a par da sua discografia a solo e da beleza das suas canções, incumbi os meus prestáveis amigos (o meu pc tem a provecta idade de 14 anos, e não se presta a esses trabalhos)de me sacar alguma coisa da net, visto que nenhum dos seus cds se encontra à venda em Portugal. Perante o seu insucesso, acabei por importar o único album em catálogo: Nothing Broken, de 2000. São só 30m, mas valeu bem a pena. Todo o disco tem uma atmosfera de contenção, aparentemente todo calma, melodia, mas com os sentimentos prestes a libertarem-se violentamente (o que não chega a acontecer). Para além da contenção, o minimalismo marca presença acentuada (principalmente nas letras)- quase o oposto da música dos Bad Seeds- não há drama, explosões,instrumentos aparentemente desgovernados, e principalmente não há a voz poderosa de Nick Cave. Em seu lugar, surge uma voz grave, controlada, sussurrante, quase indiferente. É um disco perfeito para momentos de calma e contemplação, com um ambiente muito australiano, de um artista que a meu ver merecia maior projecção.(Mas se nem o Mick Harvey a tem...)Aqui vai a lista de canções(primeira e última só instrumentais): Nothing Broken;You did as you were told to do;Don't plan on leaving town;old soul with a new hole;friend i knew;only ghosts;the ones you love;we go back a long way;these are the waves;tonight.
É claro que isto é a minha humilde opinião, se conseguirem, oiçam e formem a vossa, eu acho que merece o esforço!
(pela razão mencionada acima não há imagens, elas virão a seu tempo...)

melancolia pós-estudo

Música repeat do dia: Lover, You Should Have Come Over - "She's the tear that hangs inside my soul forever"- absolutamente genial. Nunca perdoarei ao Jeff Buckley aquele estúpido mergulho, que nos privou prematuramente da sua música... "Where are tonigh,child you know how much i need it"!!!
Como se eu estivesse em condições de perdoar alguma coisa... O que é verdadeiramente incómodo para mim é que tinha 12 anos quando ele morreu, e andava a ouvir Cher. Bah!!
Era bom poder ficar a ouvir este cd interminavelmente, esquecer a faculdade, os prazos, a necessidade de dormir, de comer, de viver- esquecer-me de mim e apenas sentir, mergulhar nesta voz inesquecível e ficar lá... Sempre, ou apenas muito tempo (que o Nick Cave também precisa de atenção!;]). Já deu para ver que um dia de intenso e aborrecido trabalho académico não faz bem a uma pessoa... Então imaginemos 9 meses!!! Ou será que é o oposto?Será que o cérebro, assim bem oleado, consegue deslizar entre pensamentos, fugidios quando estamos mergulhados num quotidiano absorvente, mergulhando-nos em mil maravilhas, de êxtase, ou mais frequentemente de depressão- que pensar faz doer, como bem demonstrou Pessoa-? Será que o tédio das aulas estimula o pensamento, tal como a semi-consciência a criatividade, aproveitada pelos surrealistas? Talvez... Ou talvez não...
Coisas sem importância, eu não aguento mais de 6 hrs em frente do computador, sou fraquita, e começo a divergir."Too young to hold on and too old to just break free and run"
Bye bye!!

3 de junho de 2006

I'm alive!!

Hey,hey!!! Saudações!!
Grande alegria: Josh Rouse de novo em Portugal, dia 23 de Junho, mesmo a tempo do fim das frequências!!! Yeah!
Mais um concerto fabuloso este ano, perfeito para nos embalar numa quente noite de verão...
Também a não perder: Festroia, 2 a 11 do corrente mês. Visitem Setúbal, que vale a pena!