1 de fevereiro de 2008

falta-me ânimo...

...embora me sobre tempo.

sobra-me o sol nas folhas do limoeiro no passar lento dos meus dias.

sobra-me o teu amor nos momentos que podemos partilhar. não, não me sobra, porque nunca é demais.

mas sobra-me vontade de viver intensamente, isso sim, quando a minha receita diz para consumir de forma moderada.

um dia não me sobrará, e nessa altura vou ter saudades da calma.

mas por enquanto sobra-me o sol nas folhas do limoeiro...

6 comentários:

Maria del Sol disse...

O meu caso é o inverso, desde que comecei o estágio falta-me tempo e sobre-me ânimo para o aproveitar.
E consome o amor do teu mais-que-tudo sem moderação, que esse não tem contra-indicações :)

Um beijinho grande, sorella!

Anónimo disse...

são fases... regra geral queixamo-nos quando temos o tempo muito ocupado, mas quando nos sobra tempo parece q ainda é pior. pelo menos no meu caso, e pelo menos neste momento.

tudo passa. e é certinho: hás-de suspirar pela sobra de tempo.
essa foto está muito giraça :)

Ema disse...

amei. foste fundo.

Rocha de Sousa disse...

Bem longe vai o tempo das palavras que trocámos e a verdade é que havia (ou há) afinidades entre vários dos nossos pontos de vista.
Bem sinto isso ao ler este seu poema,texto livre, a presença do amor através da luz coada pelo limoeiro. «Sobra-me o sol nas folhas do limoeiro».Dessa sensibi-
lidade passo à memória das imagens de um célebre filme em que um pin-tor tenta pintar «à letra» um
braço do limoeiro que tinho no quintal: mas tudo se movia, a luz
trocava as sombras, os tons eram
esquivos. Ele tinha aquela obses-
são: atava fios aos ramos, procura-
va a imobilidade de um real moven- te, aparente, que lhe desconstruía
a cópia representativa e lhe mentia
a cada olhar. A chuva chega e as mudanças fazem parar o acto de ver,
de copiar,longe por isso do dina-
mismo moderno e da própria concepção do trabalho plástico, que
transforma o real, não para o reproduzir, como dizia Klee, mas para o tornar visível.
O trabalho artístico passa por essa mentira que diz a verdade e você reinventa momentos partilhados para os projectar ilusoriamente no futuro, com saudades da calma, da paz que lhe sobra no sol tornando transparentes
as folhas do seu limoeiro.
Desculpe ter escrito tanto:
é a minha homenagem ao vê-la de novo, falando de si, de como olha e de como vê o seu limoeiro.
Rocha de Sousa

O Profeta disse...

Os pesares dividem as marés
A idade do ouro ainda tarda
Os anos passam como gotas varridas
Por um tempo que retrata o nada


Convido-te a saborear um absinto no meu espaço
pela Taça de Fino Ouro


Boa semana



Mágico beijo

Anónimo disse...

Mas não te sobram doces palavras e pensamentos...

Bjinhos Betty