3 de agosto de 2006

Búzio, guarda a minha voz - mas quando quebrares, a quem pertencerá ela?

Rocha salgada, que pelo mar és lambida. Leite da terra, fogo transformado em eterna quietude.
Enquanto ainda te levantas, orgulhosa, majestade enfeitiçada no momento perpétuo, nós passamos, passamos mas não ficamos. Ficas tu, sem memória de nós. Então porque parar? guardar memória de ti? Mensageira, guarda do infinito tempo passado, presente e futuro - guardiã dos segredos de Gaia - guarda agora o meu segredo, para que as gerações futuras possam tocar as minhas mãos através de ti, através do mar, através da luz. Para que eu, ser perecível, não mais pereça através da tua firme infinitude.

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